Cicloturismo Iguaçu

Cicloturismo Iguaçu

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

CICLOTURISMO COSTA VERDE E MAR, DE BLUMENAU ATÉ FLORIANÓPOLIS 3/3

 Quinto dia de viajem e o melhor dia até então, o sol nasceu lindo como até então não tinha visto desde que sai de casa, tudo estava se encaminhando para ser um dia lindo, e certamente foi como eu esperava, como de costume apos acordar fui tomar café da manha, e neste dia teve umas energias extras, afinal estava ciente que no caminho teria algumas subidas que me desgastariam alem do normal. Apos o café fui até o quarto e chegou mais uma vez a hora ruim da viajem, a hora de arrumar as roupas no alforge e se despedir das pessoas com quem criamos laços de amizade.










 Tudo organizado, chek-out feito e é hora de pegar novamente a BR-101 sentido a ITAPEMA até chegar em Meia Praia, chegando lá pedi informação de como ir até Bombinhas e me deram a sujestao de ir pelo calcadão  e logico que não iria perder a chance de aproveitar o visual lindo que fazia nesse dia. Era passado das 11:15 e parei pra almoçar, buffet livre, comi feito gente grande, uma comida caseira excelente  acompanhado de peixe frito, isso era oque eu estava precisando pra repor as energias, depois do almoço dei um tempo de descanso e as 12:00 segui rumo a Porto Belo, no caminho vi paisagens de tirar o folego, mais oque realmente me tirou o folego foi a tao falada subida entre Porto Belo e Bombas, confesso que naquela subida eu empurrei a bicicleta morro a cima, e com o peso da bike e mais o alforge dava a impressão que estava empurrando um carro, mais depois de toda subida vem a descida,  e essa descida é excelente, no alto do moro dá pra ver o mar e alguns barcos pra compor a paisagem.





 Passado Bombas enfim cheguei em Bombinhas lugar aonde eu tinha ligado no dia anterior pra fazer a reserva de uma suite na Pousada Banana House, eu tinha levado comigo o endereço e o numero do telefone da pousada, procurei pelo endereço e nao encontrei, pedi informação e ninguém sabia aonde era, até que liguei para o dono da pousada, SR. Amilton, um gaúcho muito simpático que me recebeu muito bem em sua pousada, literalmente me recebeu com os braços abertos, na verdade ele estava abanando no meio da rua pra eu ver aonde ficava a pousada rsrsr. Apos fazer o pagamento de 2 diárias, fui até o quarto e tomei um banho pra refrescar o corpo, ai peguei uma carona com o SR.Amilton até o mercado, e com nós foi a Laika, uma cachorra Labrador de 5 anos e meio que é aposentada da Policia Federal, ela trabalhava como farejadora de drogas no Aeroporto de Florianópolis, e hoje pode curtir as suas aposentadoria na beira da prais, fomos ao mercado e fiz a minha compra, pão,queijo,presunto,cerveja,água,chocolate,banana e sabão pra poder lavar as minhas roupa, é pensa que é só diversão essa vida de cicloturista???. Depois de arrumas as coisas e lavar as roupas foi hora de ir curtir a praia, e segui uma sujestao do SR. Amilton de ir perto do trapiche, lá tem uma barreira de pedras que forma um aquário natural, lugar aonde é possível ver e sentir centenas de peixes mordiscando as pernas, ainda mais te tem algum alimento pra chamar a atenção deles.

Laika, cachorra Labradora aposentada da Policia Federal











 A noite quando retornei a pousada conheci uma Argentina que abandonou tudo na província de Santa Fé (ARGENTINA), casa,emprego,família,cachorro e amigos, tudo isso pra vir trabalhar no Brasil e poder assistir a Copa do Mundo, isso mesmo, essa Argentina é viciada em futebol, o nome dela é Natália, uma pessoa simpática e sorridente, começamos a conversar e de repente um companheiro de trabalho dela nos chamou pra ir na casa dele comer Sushi , o nome dessa cara é Wagner mais podem chamar ele de ''TUFÃO, ou TUFFON'', um gaúcho de Porto Alegre que acabou indo parar em Bombinhas pra trabalhar como garçom em uma temporada, e acabou não voltando mais a sua cidade natal. Um cara apaixonado por seu filho de 3 anos, um moleque que já esta surfando, e o Tufão me contou com a maior alegria de quando deu pro seu filho uma prancha de surf e como o seu filho ficou feliz com o presente.
 No dia seguinte dei descanso pras pernas e sai caminhar pelas praias, conheci a praia de QUATRO ILHAS e SEPULTURA.

Vista do alto do Morro do Macaco










 Ultimo dia em Bombinhas, acordei cedo tomei café, e sai pedalando rumo a praia do Mariscal, Morro do Macaco e Zimbros, na noite tinha caido uma chuva que deixou o asfalto bastante escorregadio, então tive cuidado redobrado pra nao acabar caindo e me machucando. Na Praia do Mariscal encontrei alguns surfistas e moradores locais com quem pude conversar um pouco,entre eles um simpático senhor que de 72 anos, ficamos por um longo tempo conversando e me deu um aperto no coração quando tive que me despedir dele. enfim são essas lembranças que fazem valer a pena.
 No mesma noite na pousada tivemos uma noite da Pizza la Parrilla, prato tipico dos Argentinos, um prato delicioso preparado na brasa, diferente da nossa tradicional pizza que é feita em fornos, um prato que aconselho que provem, ainda mais se for feito pelos Argentinos.

Senhor Aldo Senna





Eu, Nathy,  SR.Amilton e o casal de Argentinos



 Na manha seguinte mais uma vez foi hora de arrumar as coisas, se despedir e pegar a estrada rumo a Florianópolis, o dia amanheceu fechado e com uma leve garoa, mesmo assim nao mudei de ideia quanto pegar a estrada, sai abaixo de uma leve garoa que aos poucos foi engrossando, até que parei em um mercado pra comprar água e um senhor parou do meu lado e falou- É menino, essa chuva vai continuar o dia todo, hoje não para de chover. Foi ai que me preocupei um pouco, mais segui adiante. Pedalei até chegar em Porto Belo, então peguei uma estrada secundaria que daria acesso á BR-101, estrada essa com um longo trecho em estrada de chão e com a chuva se  tornou uma bela lama, sujando assim as minhas roupas, bicicleta e o alforge, passado esse trecho cheguei na BR, o trafego intenso de caminhos acompanhado da forte chuva acabou me deixando com medo, a visibilidade era pouca o risco de ser atropelado era muito grande, mais só tive um susto em uma curva, quando um carro veio ''comendo faixa'' e passou perto da bicicleta, me fazendo gritar vários palavrões.Depois de 70 km pedalando abaixo de chuva, Sao Pedro resolveu dar uma trégua, e ai o sol apareceu e junto com ele um calor quase que insuportável, ai só faltava mais 15 km pra chegar em Florianópolis, mais foi um trecho que exigiu muita força de vontade, afinal eu estava exausto fisicamente e psicologicamente.
 Ainda no continente parei e pedi informação de qual estrada deveria pegar pra ir pra Ilha, e um senhor me deu a informação que deveria pegar a Via Rápida e ir uns 5 km até chegar na Capital de Santa Catarina, essa tal Via Rápida foi uma tortura pra mim, os carros em alta velocidade, e estrada sem acostamento e a cada pouco tinha uma saída da rodovia ou entrada aonde os carros vem muito rápidos, fazendo com isso que a minha preocupação aumente-se a cada instante. Foi nesse trecho que eu passei por um senhor de uns 50 anos de idade que também estava pedalando, logo mais adiante parei pra descansar um pouco e esticar as pernas, foi ai que ele parou do meu lado e começamos a conversar, falamos das nossa vidas e de tudo um pouco, até que então ele me falou: -Menino daqui em diante você não deve dar conversa á ninguém, se te chamarem, abaixa a cabeça e segue reto, não para de jeito nem um. Então eu perguntei o motivo, e ele me respondeu; - Eu sou morador de rua, sou viciado em crack, mais pra sua sorte eu não roubo nem mato pra sustentar o meu vicio, mais se cuida que nem todos não como eu, se você bobiar vão te roubar as roupas, a bicicleta ou fazer algo de pior pra você. Foi ai que agradeci pelo conselho, desejei felicidades, dei um aperto de mão e segui em frente, feliz pelo conselho mais com o psicológico em pedaços, foi ai que percebi que o ''mundo'' da cidade grande é completamente diferente do meu mundo, aonde posso confiar nas pessoas, aonde que conheço a maioria das pessoas, enfim segui até chegar em Florianópolis e encontrar o Hostel que tinha reservado.
 Quando fiz o check-in perguntei na recepção se tinha algum local aonde poderia lavar algumas roupas, até nesse momento eu não fazia ideia que tinha me sobrado poucas peças de roupas sem molhar e sujar com a água da chuva e a sujeira do asfalto, então me falaram que poderia lava-las no banheiro, e foi isso que fiz, fiquei uma hora lavando as roupas que sujaram na viajem e a minha sorte que estava sozinho no quarto e pude estende-las sobre as outras camas.
 No dia seguinte conversando com um hospede ''CLEIDSON THOMAS'' e ele me falou que estava indo pra Praia da Galheta e Praia Mole, e não pensei duas vezes antes de ir junto, chegamos lá e o cenário era paradisíaco digno de dizer que poderia ficar ali contemplando a natureza sem pensar em mais nada.



Parque Municipal da Galheta











Baleismo, á arte de fazer gravuras em dentes de baleias Museu Homem do Mar

Miniatura de barco no Museu Homem do Mar





Lavar a próprias roupas faz farte do cicloturismo
Depois de pedalar 50 km abaixo de chuva na BR-101 é hora de descansar